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domingo, 26 de setembro de 2010

PORQUE NÃO FUI?


Porque não fui?
Era um dia chuvoso.
Olhava pela janela do meu quarto, entre as grades de desenho losângulo... era grade mas eram simpáticas!
Via quem passava pela rua.
Era domingo a tarde e não tinha muito movimento.
Passaram três motos. Motos daquelas grandes, bonitas com três caras bacanas, com aquelas jaquetas de couro... Iam inclinados para frente segurando o guidão baixo... Os motores quase nem faziam barulho. Iam conversando em voz alta. Ainda escuto a voz deles...
Passaram. Fiquei olhando e desejando estar ali! Na moto, saindo para fazer não sei o que.
Fazer o que?
Sei lá!
Daí, de repente um deles voltou e chamou os outros, - Hei esperai!
Parou a moto no portão da minha casa.
Olhou para a janela onde eu estava e falou, não sei se prá mim ou para os amigos ou para todos:
Ei, você ta presa aí! Vem andar aqui comigo!
Eu fiquei sem respirar... A voz travou... Não saia nem um sussurro...
Ele insistia: você não quer vir???? Desce daí! Vem comigo!
Vem comigo?!?!?!?! Como assim?! Aquele bonitão... Aquela moto adorável... Tudo aquilo na minha porta... E se eu descesse e fosse embora com ele?
E se ele me devolvesse e nunca mais eu o visse?
Daí tava ruim mesmo!
A sorte bate e ricocheteia prá trás!!!! Não! Deixa assim como esta!
E sussurrei baixinho:
-Não posso!... Ele nem escutou! Fiz com a mão que não ia!
Ele insistiu, mas eu não fui.
Ele perguntou - Por quê?
E eu nem sabia por que! E eu até sabia por que!
Por que se eu fosse eu talvez não quisesse voltar!
E eu não fui!
E eu queria ter ido e não fui. Queria aquela liberdade e não tinha!!!
Nunca mais vi alguém como ele!
Na verdade ele também não queria que eu fosse!
Que fim cretino!
Fiquei até hoje querendo ter ido embora! Mas não fui.
Nem sei por que. E sei por que.
Queria a garantia de que ele fosse do bem e eu não corresse o risco de me estrepar!!!!
Mas ficar estrepou toda a minha vida!
E eu não fui! Fiquei!
Uma volta! O que uma volta podia ser na minha vida!
Numa vida que se estrepou por que eu fiquei!
Eu só queria a certeza!
Minha voz não saiu!!! Tanta era a vontade de sair!
Olhei para trás e vi meu quarto e vi a figura do meu pai no meu pensamento e fiquei!
Fiquei ali! Com o eco da voz daquele rapaz me dizendo que eu estava presa. Não eu não estava presa. Eu na verdade escolhi ficar!
Não sei por que, ou melhor, eu sei.
Fiquei paralisada por dúvidas, medos e incertezas!
Incertezas.
O que uma volta podia ser na minha vida?
Tudo. Absolutamente tudo!
Por que não fuuuiiii?????



Marisa 26 de setembro de 2010 19:57 hs

sábado, 18 de setembro de 2010

Música e Cruz


Enquanto uns se dão bem, outros se ferram!!!!

Enquanto o parabéns a você entoa no ar de uns, a cruz cai sobre outros!

Bruxas são até bem boazinhas, demonios é que são terríveis!

Felizmente não me assustam... atravessam meu caminho mas não me intimidam... continuo firme!
Já as velas... Ah! as velas... Elas se derretem e a música termina... Mas eu não!
Sigo adiante.


sábado, 21 de agosto de 2010

Comentário sobre a campanha

Faço meu comentário sobre a campanha do Serra nestas eleições.
Faço estes comentários após ler artigo da veja:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/se-entrega-corisco-eu-nao-me-entrego-nao/#comment-1146790

Blog Reinaldo Azevedo

Esse é meu comentário:
Serra deveria ser mais forte. A imagem que passa é de 'fraquinho' subnutrido. As pessoas gostam de gente roliça, para cima, como a Dilma fez até com o cabelo! Todo erguido!
Eu sei o que o serra fez. Mas a campanha não é didática. Tem coisa que não adianta ser subliminar. Como dizam, "não adianta bater na canga pro boi entender".
Ser indireto não adianta. Precisa ser direto.
Eu fiz! Eu vou fazer!
As pessoas tem que ter orgulho daquele que fala. Não adianta vir com papo intelectual e educado a modo antigo, do fim do século passado (1990 adiante). Hoje é época do 'eu'. Do orgulho de ídolos fortes,(que nem temos) que não tem falsa modéstia.
Fiz e vou fazer. Sei que é difícil mas vou fazer!
Magrinho, olhando por baixo, humilde, educado, não vende nada! Pode ser ótimo mas não convence!
O serra tem que olhar de frente, chamar pra ele. Chega de nós. Ninguém quer saber de nós. Olhe o que foi a última presidência. Só soubemos dos 'nós' ´por causa dos escândalos ou da doença do vice presidente e mais nada.
Serra, erga a cabeça, mostre o peito! Literalmente!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Para você que é especial


"Esse é para você!!! Por tudo o que você resgatou em mim! Pelo jeito que virou minha cabeça... Sinto sua falta... mas te busco sempre que quero... dentro do meu coração!" Marisa.

(música: Quem sabe isso quer dizer amor - Milton nascimento)

Música

Não existe remédio melhor que música!
Se estou mal, ouço música.
Se estou deprimida, música.
Se quero sarar, música...
Música, música e música...

Mas nada é pior que música errada e na hora errada....

Remédio certo cura, remédio errado desanda.... Mata!
Pelo menos mata os ouvidos...

A mesma música várias vezes seguidas... Até que compreendo alguma coisa que tem que ser compreendida!
Repete, repete e repete...

Chego longe, além do mar e do céu. Além do lugar comum. Música, música...
Essa ou aquela, mas música.
Quem canta? Ele ou aquele? Não sei...
Tem que repetir, repetir e repetir...
Até que compreenda o que preciso...
Sararrrrr
Sararrrr
Acordo e desperto!
Desperto para alguma coisa que estava atrás da música.
Através da música.
Não sei cantar. Não tenho memória para música.
Não tenho memória... Preciso escrever para lembrar...
Mas escuto as músicas no meu ouvido, lá dentro sem saber de onde vem...
Ouço um piano que toca e toca, lindas melodias...
Ouço sempre as músicas...
Mas tenho que estar bem
Se estou mal, preciso me sarar, preciso de música...
Preciso dançar...
Preciso dançar ao som das músicas

Morro e revivo...
Entro e saio de mim mesma

Não sei cantar
Cantar é divino.
Acho que não sou divina.

Mas entro e saio da música quando quero e como quero.
Saro na música!
Saro na música!

Fico comigo mesma e me faço companhia.

Olho além das montanhas, vejo por trás dos horizontes em minha volta.
Não saio do lugar, mas voo com asas do céu.
Estou sozinha estou com o céu estou comigo mesma.
Ouço a música.
Você a ouve?
Esta ouvindo?
O que? A música. Você esta ouvindo?
Sim eu ouço... a música...

Acabada

Me olhei de fora de mim mesma e me vi acabada!
Arriada na cadeira, com o rosto na mesa, braços largados ...espirrando e tossindo...alergia...acabada!
Cadê aquele bonitão... ainda bem que ele não está... Estou acabada e pareço cem anos mais velha!
Completamente acabada!
Só me aparece complicados!!! Complicadíssiiimos!
Melhor melhorar... amanhã tem almoço, aniversário, festa, falar bobagem ...todo fim de semana tem festa... Mas não quero mais complicados...
Tenho que ficar boa de hoje para amanhã. Passe de mágica!
Quero estar boa para beber todas! Não vou guiando!

Leonardooooo! Quero colo!!!!
Se não tenho, fico ouvindo você cantar!

Um dia conheci um moço e ele me mostrou um lado meu que nem eu mesmo conhecia.
Resgatou em mim algo que nem sabia que existia.
Virou minha cabeça, me mostrou outro olhar...
Sinto sua falta, mas te busco dentro do meu coração, sempre que quero.
Sei que você não vai mais vir me ver mas te acho dentro de mim mesma!
Sinto teu cheiro e ouço tua voz perto do meu ouvido... rimos juntos. Eu e você.

Quero colo!
Por que você nunca mais me procurou?
Não sei...passou... mas ficou!
Você não me procura por que você ficou, não foi.

Hoje acabada!!!
Amanhã Acabadíssima!!!
Amanhã festa e show ao ar livre!
Quero me acabar amanhã!

Amanhã "Acabadíssima" !

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Preguiça Total!

Estou com tanta preguiça de escrever e de pensar e de raciocinar que já nem sei o que fazer...
Mas se não escrevo hoje que me propus a isso, durmo pensando que não cumpri com o que me propus...
Assim é todo dia. Me proponho a algumas, muitas, atividades e se não cumpro fico pensando que amanhã terei uma coisa a mais para fazer...
Não são poucas as coisas que tenho a fazer todos os dias...
É cansativo, mas tenho que cumprir.
Hoje não terminei uma encomenda. Tecido preto, linha preta, luz péssima, dia mais nublado que aberto... contas a pagar!
Contas a pagar!!! Contas a pagar!!! Não há nada pior que contas a pagar!
Não há nada pior que querer pagar, ter o dinheiro, estar no lugar certo, no horário certo e simplesmente a pessoa não pode receber por alguma razão qualquer.
Qualquer hora vou escrever sobre uma tese que tenho: Como é difícil pagar!
Mas hoje estou com preguiça, muita preguiça para escrever... para pensar... para raciocinar!
Quero escrever, mas nem sei como!
Penso no banho que tenho que tomar... no cigarro free que fumo antes de dormir vendo as estrelas... penso que tenho que tirar a colcha da minha cama... os travesseiros que estão na cama... Ainda bem que já escovei os dentes! No copo de água que levo para o quarto... Ah! escovar os cabelos para tirar o pó da tarde... Pois é, os cabelos tem pó!
Penso nos acentos que se perderam... Na escola era tão difícil acentuar, queria que não existisse os acentos... Hoje acho tão importante! E tiraram os acentos.
Outro dia a moça ao telefone me disse: sua conta é de Taruma, acento no 'u'... pensei: T!!! Olha a importância do acento! por que na verdade é Tarumã... ã... acento no ã. Daí pensei se fosse Maracaí sem acento? Mara cai???? que estranho rsrsrsr...Maracai... cai a onde? Na falta de acento!!! hahahaha... Burrinhos! por que tirar acentos! Que se estude mais! Decore mais, entenda mais, leia mais, escreva mais!!!!!!!
Ai chega! Que nem eu me aguentando!!!!!
Hahahaha....Bjs a quem conseguiu chegar até aqui!

domingo, 11 de abril de 2010

Quase atropelada!


Ontem fui fazer uma palestra para um grupo de grávidas.
Faço isso a anos. Sou uma das palestrantes.
Ao final de três meses cada uma delas ganha um enxoval para o bebe!

Ao terminar a palestra fui embora a pé.
Estava eu tranquilamente indo pela calçada quando uma mãe (nenhuma do grupo das gravidas, outra qualquer, que por coincidência estava também a pé) vinha empurrando um carrinho com uma criança por volta de um aninho... mais ou menos isso.
Ela virou a esquina e nos encontramos frente a frente.
Mas ao mesmo tempo ela viu um homem conhecido parado no sinaleiro. Ele estava de moto. Por acaso também o conhecia.
Ela falou para a criança, ou melhor, ela gritou lá de trás do carrinho ao vento: Olha o tio Tárcis!!!!! e desandou a gritar: Tárcis! Tárcis! e abanar a mão como se ele pudesse salva-la do 'meio do oceano'. Até aí, tudo bem! Sem problemas.

O problema mesmo foi que enquanto ela gritava para uma pessoa que estava a mais de 30 metros dela, ela continuava a empurrar o carrinho com a criança dentro. Ela de costas para o carrinho, eu de frente para o carrinho. Ela empurrando o carrinho e o carrinho em cima de mim.
Eu dava uns passos para trás, mas mesmo assim ela me prendia no muro do prédio.
A criança me olhava fixo.
Para não assustar aquela criança eu falava baixinho na intenção dela me escutar: oioioioioi.....
Quando me dei conta, parecia uma lagartixa espremida na parede, presa pelas rodas do carrinho de bebe e com o mesmo me olhando fixo e sem entender nada, me perguntando: O que você faz aí?!
A moça acenava sem parar com um dos braços para cima e outro atrelado no carrinho.
Carrinho desgovernado.
Olhei para o Tárcis. Ele longe de nós, do outro lado da Avenida. Sim, era um cruzamento da avenida central!
Do outro lado da Avenida, sobre a moto, ele estava estático. Não se movia. Seus olhos olhavam para nós mas nem ele entendia aquele atropelamento!

Quando consegui que ela prestasse atenção em mim, ela se virou e disse: Ah... desculpe... E pensou: Me distraiu... O Tárcis não me viu!!!
Com certeza ele a viu. Só não sei se quis vê-la.
Me livrei das rodas do carrinho e segui em frente na minha caminhada a pé!
Atravessei a avenida e segui em frente, sem nem saber o que se deu depois.
Já era o bastante para uma esquina só!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pois é...

Então!
Essa foi a Páscoa menos Páscoa que passamos!
Mudamos nosso tradicional almoço do Domingo, (é isso mesmo, sempre fizemos aos domingos) para sexta feira! Seu dia oficial! O dia do Bacalhau!

Fui fazer o bacalhau 'dessalgado'... Coloquei de molho. Lavei, limpei, lavei, molho e molho na água limpa... na água corrente... na água limpa... até que achei que o tal do 'dessalgado' estava bom!

Comecei a preparar. Pela primeira vez fiz o bacalhau assado. No forno, igual receita que meu amigo preparou para mim. Mesma receita. Tudo igual!

Quando o bacalhau já estava no forno, fui preparar a mesa. Pratos do jogo oficial de festas. Resolvi lava-los pois a última vez que usei foi no Natal!
Sempre faço isso: lavo os pratos!
Mas, desta vez, derrubei uma pilha de pratos dentro da pia. Um quebrou e outro lascou! Faz anos que faço a mesma coisa e tudo saí perfeito. Mas na sexta, quebrou o prato!

Bom, tudo bem. Tenho pratos suficiente para as dez pessoas que almoçariam em casa.

Mesa posta. Bacalhau pronto. Fome grande. Cheiro bom. Servi a todos e a mim. Garfada!
Ops!!!! o que que é isso!!!!!! Salmoura total!!!!!!!!!!!!!

O bacalhau estava uma salmoura só!
Não sei se chorava de fome, de raiva, de ... de nem sei o quê!!!????

Lá fui eu para cozinha. Ferve o bacalhau na panela de pressão! Troca a água! Mais água! Ferve que ferve. Experimenta a batata...hargggg! Sal! Sal na batata!
Descasca batata... corta batata... corta cebola... tempero... mais tempero... Forno!

Aãã.. que cheiro é esse.... hummm ... Queimado! AH! Não! O bacalhau esta queimando no forno! Abaixa o forno... muda a grelha de lugar!!! Todos com fome! Ainda bem que tem cervejinhas!!!

O cheiro continua... Nossa!! O pano de prato!!!
O pano de prato caiu atrás da outra panela de pressão e estava pegando fogo!
Justo o pano de prato novo!

Aiaiaiai... Dei por encerradas minhas atividades culinárias!

Ainda bem que tenho filhos que sabem cozinhar... Agora me pergunto: acho que resolveram aprender a cozinhar por que 'mamis' aqui não é tão boa assim na cozinha!!!!

Nunca deu tanta coisa errada num dia só!
Salva pelos filhos!

Sempre achei que os filhos nos salvam!

quarta-feira, 17 de março de 2010

GOSTOS QUE SE FORAM

GOSTOS QUE SE FORAM


Tem sabores que se perdem quando perdemos as pessoas que os preparavam.

O nhoque da minha vó Mina. E o seu bolo de castanhas portuguesas.
O requeijão de panela que a vó Dora fazia.
Tanto o gosto quanto vê-la fazer o requeijão era magnífico.
Esperava a colher de pau subir com aquela massa branca densa e firme panela a fora. Ali sabia que era a hora de comer aquele requeijão ainda quente e com açúcar. Tudo era maravilhoso. A massa. O fio. O cheiro. O gosto. A risada da minha avó.

O pudim de leite condensado da Dª Claride. Jamais comi nenhum outro tão bom. Jamais consegui fazer igual. Não adianta a receita é a mesma, mas não a mão.

O molho de macarrão do meu pai. Ficava vendo ele fazer... Mas não adianta, não é igual. Mesmo porque cada dia ele punha alguma coisa a mais. Qualquer ingrediente que estivesse a mão, disponível, ia para dentro da panela. O mais gostoso quando ele cozinhava é que ele convidava mais pessoas para almoçar em casa. O que fazia virar sempre uma festa. Eu gostava disso.

A tia Wanda não cozinhava, era uma mulher das letras e das palavras, mas fazia, ou mandava fazer, um suco para tomarmos em baixo do caramanchão coberto com uma primavera. Ali ficávamos sentados durante muito tempo conversando sobre tudo e todos. A conversa fluía com um gosto de modernidade e um sabor de crescimento.

São tantos os sabores que já nem sei todos de cor.
Só sei que tenho saudades.
Só sei que tem cor de alegria.

NÃO NASCEMOS SOZINHOS

Não. Nós não nascemos sozinhos.

Precisamos de um pai e de uma mãe para nos formar.
Precisamos de uma mãe para gerar.
Precisamos de uma parteira para nos parir.
Precisamos de alguém que cuide de nós para sobrevivermos.
Precisamos de muitos para crescer.

Precisamos de muitas pessoas ao longo de nossa vida para nos ajudar.

Decididamente, nós não somos nada sozinhos.

O que pode acontecer é ficarmos sozinhos, só isso.

É tão triste estarmos sozinhos.
É tão triste sermos esquecidos ou isolados...

Quando penso que seria resgatada de um terrível passado, vejo que estou sozinha.
Quem poderia me resgatar, se esqueceu de mim.

Mas não vou morrer.
Decididamente não vou morrer.

Não morremos sozinhos.
É triste morrer sozinho.
É mais possível do que nascer sozinho.
Mas, não vou morrer.
Não agora.
Mesmo que facilite a vida de muito.
Muitos que me deixaram sozinha.

Mas com certeza ninguém nasce sozinho.
Ninguém sobrevive sozinho.
E ninguém deveria morrer sozinho.

Até para um enterro precisamos do outro.

Nós sempre precisamos do outro.
Nunca admitimos isso...
Mas precisamos do outro.
Sempre precisamos do outro.

Para existir precisamos de duas pessoas para nos fazer.
E temos a pretensão de achar que nascemos sozinhos.
Não. Não nascemos e nem podemos viver sozinhos.

domingo, 7 de março de 2010

Também sobre idade!

Também sobre idade porque o Pituca escreveu e começou o seu Blogg assim: IDADE!

Faz um bom tempo que venho notando que todas as pessoas da minha geração são mais novas que eu! (algumas, muito poucas, são um pouquinho mais velhas que eu).
As artistas que eram da minha época: são hoje todas mais novas, mais bonitas, mais saradas...
Os amigos? Todos são mais novos!
As amigas? Puxa como será que as conheci... eu devia estar no Colegial quando elas estavam no Jardim da Infância... Sabe Deus como foi que temos algumas (na conta delas apenas algumas) lembranças em comum! Mistério!

Definitivamente acho que sou a anciã do mundo!
Ops, com exceção da Meryl Streep que confessou seus 60 anos!

Quem assistiu os anos 60, acompanhou os anos 70, viveu os 80... hoje tem uma noção tão grande sobre o mundo...
Sabe o que é valorizar a criatividade!
A importância de criar, extrapolar!
Sabe o que é a Ditadura. Alguém exigir que você pense o que o outro pensa.
Sabe o quanto a mulher precisou fazer para hoje estar mais atuante do que nunca!
E sabe também que as vezes as mulheres pensam: Aí quero colooooo!!!!!

Eu e minhas amigas as vezes brincamos que gostaríamos de ter um machão "que me jogue na parede e me chame de lagartixa" ... rsrsrsrrs....

Aiiii ... a idade ... faz cada uma ...
Como é mesmo?
A idade?
Hahahaha....

quarta-feira, 3 de março de 2010

Zig Zag Marisa: A Missa

Zig Zag Marisa: A Missa

A Missa

A missa na minha casa.

Um dia me perguntaram se eu queria fazer uma missa na minha casa.

Sim, claro que sim! Achei a idéia ótima!

Preparei tudo conforme deve ser. A mesa na varanda para poder estar num lugar coberto.

A toalha branca. Sempre branca para o altar.

A mesinha lateral para o apoio.

Vela, flor natural, crucifixo, toalha para secar a mão do padre, jarra e bacia. Copo com água e raminho para a benção final. Fiz um raminho natural com o cabo enrolado num filó e um laço de cetim. Tudo eu pensei!

Assim achei.

Tres cadeiras. Mas a do padre queria que fosse especial.

Tinha uma poltroninha de junco, toda tramada, com almofadinhas e toda branca. Pronto! Achei a cadeira para o padre! Tudo estava lindo.

No jardim fora da varanda pus bancos e cadeiras para as pessoas poderem sentar.

Bom, no meio da missa, ia tudo muito bem, até que o padre se sentou e quando foi se levantar... não pude nem ver o que aconteceu!

A batina toda bonita do padre, ficou presa num prego solto da linda poltroninha branca.

Aquilo foi um terror. O padre preso a cadeira, o fio correndo e repuxando a batina... e eu tentando salvar a situação... e a missa tendo que continuar.

Ah! que situação.... ufa... o que fazer...?

Soltamos o padre, a missa continuou e eu rapidamente trouxe uma colcha branca e forrei toda a poltrona. Mas, o estrago estava feito.

O padre muito gentil e educado nem falou nada. Ao contrário falou que tudo bem, nada tão importante assim! Ainda falou da noite linda que estava! Que do altar ele via a lua crescente e a estrala. Que a missa tinha sido especial.

Alguns anos após o incidente da missa, conversando com o padre e uma amiga, comentamos sobre eu ter feito uma missa em casa, péréréré daqui e dali... e ele fez uma cara estranha e eu questionei o que era. Minha amiga começou a rir, então me contaram o que havia acontecido aquela noite.

O padre queria fazer bonito. Queria ir todo arrumado e elegante.

Foi ai que teve a ideia de pegar emprestado a batina de outro padre. A batina era nova e muito bonita.

Quando ele viu o fio puxar ... rsrsrs... ele só pensava no padre que nem sabia que ele havia pego a batina! Aquilo consumiu ele por dentro. O que ele faria se a batina não tivesse conserto? Como ele falaria ao dono da batina que a batina se estragou? A batina que ele nem havia emprestado?! Que situação terrível!

Ao terminar a missa, ele e minha amiga correram para salvar o estrago que o prego fez!

Puxa que puxa!!!! Acerta aqui e ali... Vai e vem... até que o fio entrou no seu devido lugar. Devolveram a batina sã e salva.

Até hoje quando lembramos do episódio, rimos sem parar!

Ai que prego maledeto!!!!!!

Rsrsrsrsr......

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

MINHA AVÓ PATERNA

ENSAIOS

MINHA AVÓ PATERNA
Minha avó tinha uma energia que se juntasse todos de casa não chegaríamos nem ao pé dela.
Se houvesse algo para fazer hoje com certeza ela já havia feito ontem.
Acho que isso incomodava muito a minha mãe. Como uma nora consegue alcançar essa perfeição. Apesar de que meu pai não demonstrava gostar ou desgostar. Acho que ele nem dava bola para o que as duas faziam que era com certeza competir. Quem ganhava? Nenhuma das duas, ou melhor, chegava uma hora que ele se cansava e dava uns berrões, que tudo chegava a tremer... Acho que aquilo até me fazia rir. Muito disfarçadamente, porque se risse descaradamente acho que minha mãe me trucidava viva.
Minha avó era realmente elétrica, até a mim que acabava acompanhando sempre ela nos lugares que ia, ela as vezes me cansava. Ela falava sem parar... sem parar... e sem parar... Então eu acabava me desligando e vendo as imagens que iam se passando do lado de fora da janela do carro. Não, ela não guiava se fosse guiar com certeza ela iria passar por cima de mais ou menos umas trinta pessoas por dia, daí a coisa ia ficar desastrosa.
Eu ia com ela para a Cruzada Pró Infância e para o Taboão da Serra. Ela entrava metralhando com o saltinho que usava. Há distancia já sabiam que ela estava chegando... Toc toc toc toc toc toc toc toc toc sem parar e muito rápido. Mas muito rápido mesmo. Toctoctoctoctoctoctopctoc... Sem respirar... Assim que era...
Ela tinha as unhas vermelhas sempre muito bem feitas. Não me lembro de vê-la com o esmalte borrado, lascado ou a unha sem esmalte. As unhas eram grandes, mas não compridas, ali pareciam que eram compridas, ali pareciam que eram o sangue que corria tão depressa que precisavam sair pelos dedos a fora, dar uma volta, pegar um ar e voltar para dentro do corpo.
Suas mãos tinham as veias saltadas para fora (acho que também precisavam respirar...) e eu gostava de ficar tentando pega-las com meus dedos... Ela falava tanto que talvez nem percebesse, não sei... Um dia perguntei por que as veias dela saltavam pela mão. Mas ela não soube me responder, ficou quieta por uns instantes, olhando para as mãos e depois para mim e depois fez um muxoxo qualquer com a boca e continuou a falar. Meu pai quis dar uma explicação qualquer, mas nem teve chance, porque ela engatou de novo no assunto que ela falava e tudo voltou a ser como era. E eu continuei ali a mexer nas suas veias.
Acho que ela era a Srª Furacão.
Não havia o que ela quisesse fazer que ela não conseguisse. Podia ser um turbante da moda ou um bolo diferente. Um nhoque, que por sinal o dela era divino, como também era o bolo de castanhas portuguesas que ela fazia. Este vinha da casa dela já dentro do pirex com tampa própria e gelado, por que ficava muito bom assim de um dia para o outro e guardado dentro da geladeira.
Um dia fui com ela numa homenagem que fizeram na Cruzada. Ela foi homenageada. Foi com uma flor enorme presa ao ombro, mas feliz da vida. Tenho foto deste dia.
Teve o dia que fui também à estação da Luz com ela. Ela estava com o uniforme que era uma roupa típica da época áurea do centro da cidade. Tinha um avental sobre uma saia listada, clara, a blusa era com mangas bufantes. Se não me engano tinha um chapeuzinho na cabeça. Não sei direito, era algo no cabelo, não me lembro bem. Apesar de estar sempre no hospital com ela, eu não tinha a roupa por que eu não fazia parte das voluntárias. Foi assim que ela me explicou, naquele momento ela não quis me magoar, penso eu. E me pôs sentada dentro da barraca com ela. Acho que era o máximo da importância estar dentro da barraca. E eu me senti mesmo importante, fazendo parte daquele grupo. Depois demos uma volta pela praça e ela me apresentou a algumas pessoas.
Um dia ela me matriculou num curso de primeiros socorros que foi ministrado dentro do hospital por uma enfermeira. Havia várias pessoas matriculadas, eram mulheres, tinha uma que era moça, um pouco mais velha que eu, mas já era casada, bonita, altiva, ia sempre com uns sapatos com um ligeiro saltinho e podia se ver que eram sapatos caros. Não que eu não pudesse ou não tivesse sapatos caros, sempre comprei os sapatos que quis isso meu pai sempre nos deu. Mas os sapatos desta moça eram mágicos. Mostravam que ela era organizada, contida, rica e quase arrogante. Fiquei amiga de curso dela. Mas só. Ela me olhava por cima dos ombros, não para me esnobar, mas pela classe de princesa que tinha. Uma princesa não olha para seus súditos de igual para igual. Pois então, ela não podia me olhar displicentemente, era por cima dos ombros. Ela era simpática, mas, era uma princesa e princesas não se misturam.
O curso foi ótimo, adorei. Aprendi que quando a gente se machuca devemos lavar os cortes com água e sabão! É isso mesmo, sabão de soda de preferência. Sabão que limpa mesmo. Se precisar com uma escovinha para tirar todo tipo de sujeira. Aquilo achei o Máximo! Limpa que limpa! Aprendemos como segurar as crianças novinhas, como trocar, como as enfermeiras dos berçários faz para cuidar dos nenês, como dar banho em bebe, como trocar as fraldas. Até como dar injeção, depois que treinamos nas laranjas, enchemos as injeções com água sei lá como chama e aplicamos umas nas outras. Essa parte não gostei nem um pouco. Tenho horror de tomar injeção até hoje. Não de tirar sangue, mas de tomar injeção. Pensei que fosse dar a minha injeção na minha amiga princesa, mas não uma fulana meio abrutalhada que me deu a injeção e eu dei nesta abrutalhada.
Tudo isso foi por causa da minha avó.
Os sacolejos na perua Combi, que nos levava para o Centro odontológico que minha avó foi designada para implantar no Taboão da Serra, eram até engraçados. Ela ia sentada na frente junto com o motorista e falando durante o caminho todo. E eu ia no banco de trás pulando com os solavancos. Na estrada para Taboão ainda não tinha asfalto. O Centro era uma casa pequena e simples que aos poucos ia tomando jeito de clínica. Tudo, absolutamente tudo tinha que ser perfeito, limpíssimo e ai se não tivesse. Ela chegava fazendo uma inspeção completa. Acho que se pudesse ela mandava todos abrirem a boca para ver se estavam com os dentes escovados e se as roupas estavam limpas. Bom, isso acha que ela olhava sim.
As vezes ela viajava para Assis conosco. Assis era a casa da minha outra avó, que era o verdadeiro oposta a ela. E teve uma vez que ela dormiu no mesmo quarto que eu, minha irmã e minhas primas. Bom, ela dormiu, mas nós não dormimos. Ela roncava tanto e tão alto. Era como uma serra. Fazíamos barulhinhos para ver se ela mudava de posição e parava de roncar, mas nada acontecia. Aconteceu foi que ela acordou e ficou brava conosco: Quietinhas! Quietinhas! No dia seguinte ela disse que não pode dormir de tanto barulho que fizemos a noite toda.
Ela adorava uma cartomante ou um guia espiritual. Então íamos para a casa da Dª Georgina sempre. Ela ia se consultar e nós éramos benzidas. Nos dias de São Cosme e Damião íamos ganhar docinhos na casa de Dª Georgina, ela fazia uma festa e distribuía doces para todas as crianças da rua.
Minha avó conheceu a Dª Georgina quando ela foi assaltada e roubaram todas as jóias dela. Alguém falou que tinha uma senhora que podia ver onde estavam as jóias. Bom, minha avó que nunca deixou para depois foi imediatamente atrás da tal da senhora. Ela fez a previsão, minha avó recuperou as jóias e nunca mais deixou de se consultar. Acho que ela não soltava um ‘pum’ sem consultar a coitada.
Mas na verdade a Dª Georgina era uma mulher negra, marrom, baixinha, mais baixa que eu que ainda era criança, quadradinha, gordinha e deliciosamente agradável e amável. Uma verdadeira florzinha raríssima da natureza. Uma paz enorme ir lá.
Tem muitas histórias dessa avó elétrica, as vezes atormentada... Atrapalhada nas confusões que se metia com minha mãe... Mas devo confessar que ela tinha qualidades únicas e até hoje sinto vontade de comer o nhoque e o bolo de castanhas que ela fazia.
Sinto saudades de vê-la brincar conosco enquanto costurava. Ela imitava com os dedos da mão direita uma tesoura cortando e com a mão esquerda ela arranhava a unha na madeira da mesa, do lado de baixo do tampo da mesa, aquilo fazia um barulho que parecia que a mão direita estava cortando como uma tesoura mesmo.
Ah! Faltou Fluoxetina para minha família.
Hahahaha...


Marisa Ribeiro Gioielli
21/01/2010.

domingo, 3 de janeiro de 2010

A Família Sabiá foi ao restaurante

AFAMÍLIA SABIÁ VAI AO RESTAURANTE

Ontem estava sentada na mesa de um restaurante.
Minha mesa era bem na janela, por onde via quem entrava e quem saia.
Estava distraída conversando... Quando... vi uma cena inusitada!
Vinha pela calçada sob minha janela, a Família Sabiá! Pai, mãe e filhote. O filho era loirinho, uma belezinha. Penugem ainda fofinha. Ele era alegre. Mamãe era atenta, olhava como quem não quer nada, mas vê tudo ao seu redor. Papai fazia cara de sério tentando impor respeito aqueles que estavam no restaurante.
Entrou primeiro papai, em seguida a mamãe e seu filhinho.
Deram uma volta por toda a área externa do restaurante como se procurassem uma boa mesa para sentar.
Após algum tempo que estavam no restaurante os vi saindo, até então não os tinha mais visto.
Desceu a escada, papai na frente, mamãe em seguida e por último o pimpolho com seu cabelinho de penugem loira.
Papai deu uma olhada rápida para mim que estava na janela. Mamãe também. Como se falassem, já estamos indo embora.
O filhinho não olhou para a janela saiu saltitando pela calçada...
Ainda vi quando papai Sabiá coçou o queixo vagarosamente, mamãe cochichou algo a ele e com passos calmos, porém firmes foram embora.
Fiquei ali sentada por um instante pensando que acabara de ver a Família Sabiá passar por mim... Voltei a atenção para o assunto que estava sendo falado na mesa, respondi algo, e acabei voltando para aquele barulho enorme que fazia no restaurante... bem diferente da ilha de calma da Família Sabiá.