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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CONHECENDO

A moça diz que vai sair e a mãe pergunta com quem.
Ao ouvir a resposta a mãe diz: De novo? quer dizer que estão namorando? 
Não. estamos apenas nos conhecendo. 
Como assim? Já faz tanto tempo que vocês se encontram todos os dias, fazem os mesmos programas, ele passa para te buscar, tocam mensagens no celular, telefonam um para o outro... Você tem quase trinta anos e ele mais de trinta... e estão se conhecendo? Será que isso não é namoro?

Pois é... difícil entender... qual é a dificuldade de se dar nome a algumas atitudes.
O que muda numa relação se essa tem um nome ou outro?
Será que é mais difícil dar certo ou não, se tem um determinado nome vigente?


terça-feira, 1 de outubro de 2013

A MENINA E O PAILITO



Outro dia fui almoçar num restaurante desses por quilo. Um lugar relativamente pequeno, decorado de forma moderna e bem frequentado.
Sentei de costas para a entrada. De frente para todas as outras mesas. Estava perto da porta de saída.
Pude ver da minha mesa uma adolescente com seu pai. Supus que era seu pai. Na verdade era um homem que tinha por volta de uns quarenta anos, com uma roupa boa e bem limpa. Seu cabelo era bem cortado e bem penteado. Sua camiseta era daquele tipo Polo, com listas grossas, verde e azul escuro. Calça Jeans e um calçado daqueles abotinados para uso em campo ou caminhada montanhosa. Dos que estão muito em uso e moderno.
Mas o que interessa é o que vi. Não, nada de sério, grave ou terrível! Nenhum abuso, nada vulgar, nem imoral.
A menina era linda. Uns quinze anos no máximo. Mas uns quinze anos infantil. Nada daquele tipo sedutora e pronta a namorar... Não, uma menina linda, esguia, com calça jeans sequinha, camiseta branca, sem maquiagem, nada!
Ela se parecia com uma dessas meninas que estão na mídia. Magra, com uma boca bem carnuda, sorridente, um nariz bem feito e bem colocado num rosto delicado e emoldurado por um cabelo castanho, abaixo um pouco do ombro e jogado meio displicente sem lado definido.
Ela, conversando animadamente com esse suposto pai.
Tudo transcorria muito bem, e eu não deixei de prestar atenção àqueles dois. Fui fazer meu prato, me servi e voltei a minha mesa. 
Quando sem querer, olhei de novo naquela direção, como disse eu estava praticamente de frente para eles. Estava em uma posição que enxergava a menina de frente e a lateral do homem.
O que realmente me chamou a atenção foi que aquela mocinha comia de uma forma tão rude, como há muito tempo não via nem os rapazes mais simples e sem traquejo social, comerem daquele jeito.
Ela segurava a faca com uma mão e o garfo com a outra. Até aí nada de mais... É comum ver isso.
Mas ela jogava o arroz para dentro da boca e abocanhando ela engolia. Uma garfada atrás da outra, sem a menor pausa.
Era como se ela tivesse virado ali um cachorrinho muito lindo, mas que não deixa de ser um animal. 
Fiquei presa àquela cena até que me dei conta que estava de novo olhando e voltei a minha refeição.
Passou um tempo e fui traída de novo por meu olhar.
Olhei e vi aquele pai palitando o dente de uma forma que a mão dele inteira entrava pela boca e ele quase virava do avesso, o estranho é que ele quase não se mexia. A boca dele tinha tomado vida própria e se mexia e se revirava como nada nunca visto por essa que lhes conta este fato. Era como uma cena do filmo MIB. Extraterrestres se apossam de uma forma humana e fazem coisas inacreditáveis.
De repente ele se mexeu na cadeira, ufa! A boca deixou de ser única e ganhou corpo de novo. E eu recobrei os sentidos.
Eles continuavam conversando, rindo, tranquilos. Como se todas aquelas atitudes, as quais achei estranhas, fossem totalmente normais.
Sorri comigo mesma e para eles, mesmo sem saber se eles estavam me vendo. 
Eles tinham uma cumplicidade invejável. Uma alegria ingênua. Uma beleza quase desleixada.
Me levantei para ir embora e estava no caixa quando eles se aproximaram.
Ela vinha conversando bem animada e feliz. Com um palito de dente entre os dentes, segurando e falando ao mesmo tempo. Fazendo o possível para agir com naturalidade. Bem se via que ela ainda não dominava aquela arte de falar com o palito entre os dentes, mas ela fazia o possível para acertar.
Tão linda! Podia estar em qualquer editorial de moda e faria muito sucesso, mas estava ali, feliz, treinando para falar com um palito entre os dentes! 
Me derrubou e me deixou absorta com meus pensamentos...
A menina que só queria palitar os dentes como o pai e com o pai.






Marisa.

Assis, 1º de outubro de 2013.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

QUE IMPORTÂNCIA SE DÁ A FÉ DO OUTRO?

Que importância se dá a fé do outro?   

Hoje fui a Missa e a Procissão de Corpus Christi.
Hoje vivi uma situação nunca vista... No caminho até a Igreja da vila Xavier me emocionei algumas vezes. Algumas de forma boa e forte. Uma energia realmente muito boa! De uma força extraordinária que emanava do Santíssimo!
Mas desta força Divina todos nós sabemos ou pelo menos imaginamos que sabemos. 
Não é desta força que quero escrever...

Num ano onde estamos vendo o advento de dois Papas, que teremos dois momentos importantes da Igreja Católica no Brasil, me deparei com uma Procissão chinfrim, na forma de como foi feita.
Empurrada para ruas paralelas, uma procissão que tem como costume enfeitar o chão para o Bispo passar com o Santíssimo, foi se arrastando num asfalto cru, com bueiros entupidos de lixo e com o horror de um gato morto num dele... Sem o cuidado dos moradores tirarem os carros estacionados. Pessoas tomavam cerveja e bares faziam churrasquinho enquanto a procissão caminhava... 
A frente ia a polícia militar parando algum carro que pudesse querer passar numa das esquinas... Tal qual se faz com uma manifestação qualquer, onde a Lei assegura a paz.

A verdade é que quando se bate no peito dizendo que é cristão mas não respeita o cristão próximo... Será que se é realmente cristão? 
Que importância se dá a fé do outro?
Como cuido de uma manifestação qualquer na minha cidade? Quando é na minha casa, também deixo a frente suja e o carro na porta de entrada?
Como é a sua Democracia? Só cuido se me agradar, se pensar como penso? Pelo menos como penso hoje, porque amanhã já não sei se terei a mesma crença. É assim que você é?

Mas tenho certeza que o Santíssimo estava Poderosíssimo, mesmo com todo o descuido da Procissão. 

Não é por que o Papa Francisco é alguém que se diz ‘pecador’, na mais pura forma de humanidade e que se comporta com essa humildade, que ele não tem valor e é menos. 
É exatamente aí que ele é elevado, puro e maioral. Mas na vã sabedoria de alguns, confunde o simples com o tosco e rude.
Espero que essa Procissão tenha tocado a todos para que se tenha mais fé. 
Por que essa Procissão só foi até o seu destino final pela fé sustentada pelo Próprio Santíssimo que às vezes parecia tão pesado naquela rua de asfalto nu.

terça-feira, 7 de maio de 2013

ESTOU ALIVIADA!!!


Hoje é daqueles dias que me sinto aliviada...

Aliviada por que tudo que levei tantos anos achando que eu não acertava, descubro que eu estava tão certa tanto quanto 2 e 2 são quatro...

Descubro que não tenho nada de segredos... não tenho nenhuma surpresa, não tenho como surpreender a ninguém...

O que na verdade me dá um ar bem pouco emocionante, mas uma paz... totalmente em paz... 
Sem suspense, sem nenhum tipo de aflição, nada de mistério... 

O que me faz bem desinteressante por sinal... Nenhum mistério... Nenhum suspense... nada! Fica até uma sensação de sem gracisse total... Quem não tem algo a esconder? Pois é, não tenho...
Acho que deve ser triste não ter nada a esconder... mas não tenho e nem sei se é triste. Pois eu não sou triste por que não tenho nada a esconder... 
Me alivia saber que se meus filhos revirarem meu passado nada vão encontrar... Nem as cartas de amor das pontes de Madson...
Nenhum amor proibido, nenhum amor furtivo... nada...
O que não me faz uma pessoa apática e sem vontade de amar... 
Só não sei amar as escondidas, nasci para ser vista e sabida... e não para horas escondidas... lugares fora dos circuitos... Se não for para ser público o amor, prefiro ficar sozinha. 

Não fiz operação para trocar de sexo, nasci mulher e gosto da minha condição feminina. Não vejo problema algum em ser heterossexual  Ah! Nem em ser católica. Apesar de ser mais Cristã que católica. Estas duas condições estavam meio fora de moda. Precisávamos falar baixinho para não vir uma saraivada de xingamentos quando se dizia: sou hétero e católica. Se ainda completasse com coisas como, não traí meu marido ou meu namorado, daí era falar e sair correndo para não ser banida da sociedade... Era taxada de total fora de moda... As avessas... Como que para ser moderna precisasse ser estranha, ou devassa...

Mas estou aliviada por ser assim deste jeito mesmo, sem nenhuma novidade para ser descoberta. Nada. Nem drogas, nada.

Nada e em paz!